MULHERES NO COMEX, LIDERANÇA FEMININA E HABILIDADES PARA O FUTURO

Na última quinta-feira, dia 09 de Julho, conversei em uma live (disponível em: bit.ly/mulherescomex), promovida pela ComexLand, com a Monnike Garcia, fundadora do projeto Mulheres no COMEX, que tem como propósito compartilhar conhecimento, experiências, e gerar negócios na rede. A ideia surgiu por vontade minha de entender o contexto que a minha carreira está inserida, de conhecer quem são as minhas colegas de profissão e de divulgar os trabalhos inovadores e os conteúdos que estão sendo produzidor por nós, mulheres.

Nesse artigo, trago a pesquisa feita pela Monnike, e citada na conversa da semana passada, sobre o mercado de trabalho no comércio exterior, também trago dados do mercado de trabalho brasileiro como um todo e termino falando de ações que nos ajudariam a melhor o cenário atual.

Para contextualizar, o Fórum Econômico Mundial divulgou um ranking de igualdade de salários, e o Brasil é o penúltimo entre todos os países das Américas, perdendo só para o Chile, ocupando o 124º lugar de 142 países avaliados. Se continuarmos no ritmo que estamos na luta pela igualdade, ela só será atingida em 2095. No mercado de trabalho geral, 45,3% dos trabalhadores são mulheres, ganhando em média 13,00 reais por hora, enquanto homens ganham 14,20 reais. Vale lembrar também que o número de mulheres com ensino superior é maior do que o de homens, conforme os dados abaixo:

Desse modo, fica refletida a desigualdade inclusive em cargos de liderança, onde mulheres diretoras e gerentes ganham quase 2000,00 reais a menos por mês do que homens pela mesma posição.

 

Pesquisa Perfil do Profissional de Comércio Exterior

Passamos agora a falar especificamente do mercado de trabalho do Comércio Exterior e da pesquisa desenvolvida pela Monnike Garcia, para apresentação no ENAEX (Encontro Nacional de Comércio Exterior) de 2018.

Dentro do Comércio Exterior temos algumas semelhanças do perfil da mulher: 54% delas são pós-graduadas e ocupam cargos de analistas (também 54%), atuando como Importadoras, Exportadoras, Despachantes Aduaneiros e Consultoria Especializada, mas apenas 31% delas ocupam cargos de gestão, mesmo tendo estudado mais que os homens do mesmo setor.

Diferente da média brasileira de ocupação do mercado de trabalho, a pesquisa notou que, dos 100 profissionais entrevistados, a maioria era mulher, 58%.

Dessa maneira, conseguimos montar o perfil do Comércio Exterior, mulheres capacitadas, chegando a cargos de analista, mas ainda hoje poucas alcançam funções de liderança. Por que?

Os Desafios da Mulher no Mercado de Trabalho

Apesar de terem conquistado o trabalho remunerado, muitas mulheres ainda possuem o trabalho doméstico – sendo, ainda, as responsáveis por limpar, lavar e cuidar dos filhos. O IBGE levantou, inclusive, um dado que comprova a jornada dupla das mulheres: enquanto os homens gastam cerca de 10,9 por semana nas atividades em casa, elas gastam 21,3. (É quase o dobro!).

Dentro do Comércio Exterior, a pesquisa demonstrou ainda que as profissionais possuem dificuldades quando o assunto é capacitação, administração do tempo, gestão de negócios, precificação, participação em Feiras e Busca de Parceiros.

E Agora?

A mudança deverá vir de 4 frentes: Governo, das próprias empresas, das lideranças femininas e de nós mesmas, claro. Explico: Um governo que seja participativo nessa questão é essencial para a conscientização de toda a sociedade sobre o quanto é importante contratar, valorizar e empoderar as mulheres. E isso já tem sido pauta global: em uma conferência do G20, algumas metas foram estabelecidas para que, até 2025, a desigualdade de gêneros nas maiores economias do mundo diminua – a meta do Brasil é reduzir a diferença em 25%.

Também cabe a atuais gestores promoverem uma cultura organizacional que trabalhe a igualdade de gênero, garantindo que todos os colaboradores, independente do gênero, tenham as mesmas oportunidades. Para tanto, é preciso também estabelecer uma política de tolerância zero a todas as formas de violência no trabalho, incluindo o abuso verbal ou físico, e prevenir o assédio sexual.

Em um artigo escrito para o Mulheres no COMEX, Tessa Major escreveu sobre liderança e aqui cito uma parte inspiradora do texto:

“Precisamos educar as crianças para que aprendam que o respeito deve permear todo e qualquer relacionamento. Que conviver com pessoas que pensam diferente, ou são diferentes, contribui para nosso crescimento. Que elas entendam, e diferenciem, atitudes sexistas e não amigáveis com mulheres, negros, homossexuais.

Como mulher e líder, entendo que tenho uma grande responsabilidade. É meu dever inspirar as mulheres, assim como todos os membros do meu time, a irem além e mostrar que podemos, e devemos, assumir o protagonismo da nossa vida profissional.”

Por último, devemos seguir o ótimo trabalho que já fazemos investindo em nós mesmas e estudando, para o trabalho e para a vida. Deixo aqui uma dica de e-book (gratuito), escrito pela mentora Rafize Santos e as meninas da Badass mentoria (download nesse link: http://badassmentoria.com.br/) sobre 5 habilidades para mulheres do futuro, pós pandemia.

Vamos juntas construir um futuro melhor!

Artigo escrito por Veridiana Giffhorn Mayer

Veridiana tem mais de 8 anos de experiência em comércio exterior, é formada em Relações Internacionais e pós graduada em Negócios Internacionais. Trabalhou em diversos segmentos de exportação e escreve para a ComexLand sobre comércio exterior e relações internacionais.

Links uteis

https://www.pravaler.com.br/mulheres-no-mercado-de-trabalho-carreiras-e-desafios/

https://medium.com/@mulheresnocomex

https://medium.com/mulheresnocomex/pesquisa-perfil-do-profissional-de-com%C3%A9rcio-exterior-e1e1e5dec46c

http://badassmentoria.com.br/

https://linktr.ee/badassmentoria

https://blog.solides.com.br/mulheres-na-lideranca/

https://medium.com/mulheresnocomex/compet%C3%AAncia-e-lideran%C3%A7a-tem-g%C3%AAnero-d27603f4b80d

Veridiana Mayer

Veridiana Mayer

Tem mais de 8 anos de experiência em comércio exterior, é formada em Relações Internacionais e pós graduada em Negócios Internacionais. Trabalhou em diversos segmentos de exportação e escreve para a ComexLand sobre comércio exterior e relações internacionais.